T03E07 - MVPs na Borda do Bosque 🦇

Relato da Sessão T03E07
Mestre: João Burlamaqui Time: 🦇 MVPs
Jogadores: Márcio Loureiro, Felipe, Renan, Hans e Eduardo

Imagem gerada por IA

MVPs na Borda do Bosque 🦇

Relato escrito por Márcio na visão do Elfo "Amaro, o Próximo"

Em uma mesa da Taverna da Frasqueta, já bêbado, um elfo bigodudo escreve uma carta enquanto um gambá dorme em sua mesa.

Aos meus irmãos e irmãs da Corte de Tão, Tão Distante

Sei que odeiam minhas rimas, então irei poupá-los. Como vai a vida desde o infortúnio com o Soberano? O exílio me tem sido melhor do que imaginava. Vim parar um uma região idílica chamada Frasqueta. Nada digno de nota havia me ocorrido nos últimos meses. Me tornei um aventureiro de renome, derrotei feras mortais e conquistei um forte. Tarefas triviais. Mas, imagino que o que me ocorreu esta tarde seja algo que os interessem. 

Aqui eles tem algo chamado inverno. As árvores murcham, suas folhas caem e chuva congelada e branca desce dos céus. Na primeira lua nova desta estação seus habitantes realizam um ritual a Magia. E de fato, a magia é o que move tal distinta região.

A véspera do festival começou com um burburinho causado por novos aventureiros. Enquanto meus amigos de incursões recrutavam os três novatos eu finalmente conseguia realizar o encanto da Levitação que me custou fraturas em tantos ossos. Logo, enquanto todos comiam e se aprontavam para uma aventura, eu usava minha nova técnica arcana para construir uma estátua para o Soberano, feita em palha, que é apenas o que ele merece.

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Escolhemos partir aos ermos no tal Dia da Magia, mesmo sob os avisos dos temerários aldeões. Tomamos uma cerveja chamada Biergotten, que nos conecta com os Soberanos desta terra, ao qual eles chamam de Titãs. Já ouvi falar do Planta, Caverna e Lua. Pelo que entendi, são energias caóticas aprisionadas pelos deuses deste povo.

Partimos a cavalo, com a energia titânica fluindo em nossas veias e atravessamos regiões cinzentas. O pobre povo daqui tem que regularmente enfiar sementas na terra dura e lançar merda em seus alimentos para que eles cresçam, e neste inverno a tal água congelada que cai dos céus mata os pobres vegetais. Mas enfim, cruzamos algumas pontes e finalmente me vi livre dos domínios do tal Dom Zebedeu, um débil coitado que governa estas terras ditas civilizadas.

Seguimos em direção as bordas de um punhado de árvores conhecidas como Bosque da Ossada. Uma região de bandoleiros chamados Navalha, que roubam as relíquias dos titãs. Julgo que para enfraquecê-los e fazerem com que este mundo definhe ainda mais nas mãos dos seus deuses colonizadores. Ao percebermos que a torre de vigia destes malfeitores não estava habitada, nos permitimos avançar até alguns formigueiros gigantes.

Os insetos deste local, devo dizer, são deslumbrantes. Muitos rivalizam com os daí, irmãos. Mas, por óbvio, o impulso humano nos levou a matar a todos que encontramos. Apesar de nosso sangue nos conectar a pura fauna, o único ser puro que me acompanha por aqui é Gérson, meu doce saruê. Talvez eu deva fazer mais amigos dentre os quadrúpedes.

As formigas gigantes não tiveram muita sorte, mas nós também não. Seus ninhos estavam vazios, restando apenas transformar seus corpos em mercadoria. Apesar disso, uma brilhante discípula de uma deusa chamada Visagem conseguiu conversar com uma joaninha, que nos informou sobre o formigueiro principal, bosque adentro, para onde as formigas arrastavam suas presas. Lá sim, planejamos encontrar algo de valor. Esta clériga, Bel, é brilhante em seus dons. É uma pena que sua fé alcance apenas estes deuses feitos a sua semelhança.

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Bom, retornamos carregando as formigas, ao ponto de ver uma tempestade se aproximando da vila da Frasqueta. Ao chegar na vila, com a chuva gelada em nossos lombos, tivemos uma breve confraternização. Mas assim que a lua brotou nos céus todo o povo se acovardou. Eu, entretanto, me vi compelido a dançar e cantar ao redor da estátua de palha do Soberano, que a esta altura segurava minha Varinha de Relâmpago (não vem ao caso agora) e com fartas oferendas em seus pés.

Neste momento, me vi repleto de um poder primitivo dos tais titãs (por mais que Bel insista em dizer que a causa foi a benção de Visagem) com relâmpagos fluindo em minhas veias, como sentia quando tomava a cerveja titânica. Diante da lua nova, pude compelir a vontade das tempestades a atingir a estátua de palha e lança-la em chamas. O que mais me surpreendeu, foi que minha humilde varinha havia se recarregado. Todos se assustaram e berraram diante do grande elfo de palha em chamas, dando fim ao festival.

Enfim, escrevo-lhes para dizer que não me arrependo de nada. Mesmo em exílio ainda odeio a todos. Odeio ao Soberano e queimarei quantas estátuas dele eu puder. Nunca os perdoarei pelo exílio e por este maldito bigode com o qual me amaldiçoaram. Com amor, Amaro.

Após reler sua carta, o elfo se levanta amassando o papel em sua mão e o jogando-o no amontoado de palha disforme e em chamas na entrada da vila.

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Biergotten é uma campanha de Hexcrawl no estilo west marches, ou seja, mesa aberta, com sessões episódicas, com mundo permanente em que muitos grupos de jogadores buscam suas aventuras. 

Uma ótima introdução para entender a mítica e regras do cenário é o EP 770 do Café com Dungeon

🔊 Spotify: Café com Dungeon #770 - Biergotten

Começou recentemente a terceira temporada e rolou uma live no canal do Regra da Casa trazendo as novidades sobre o estado do projeto que é aberto a toda a comunidade.

📺 YouTube: Biergotten Live - Abertura T03

Leia mais aqui: https://biergotten.blogspot.com/p/o-que-e-biergotten.html

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